Os Perigos da Limpeza a Seco Tradicional

Se, há uma década, falar de ecologia era um tema recorrente, atualmente, é o assunto do dia em toda a sociedade, em todos os segmentos de mercado, em todos os negócios. A lavandaria profissional acompanha esta tendência e, com a tecnologia de vanguarda na base dos processos de funcionamento, a ecologia é a palavra de ordem. Podemos falar de muitas marcas, de muitos modelos de equipamentos, mas o que interessa é o conceito – o conceito de wet cleaning que pretende suplantar a muito enraizada limpeza a seco.

Em 1999, a empresa norte-americana Green Earth Cleaning foi a primeira a usar produtos ecológicos em limpezas a seco. Tratava-se de silicone líquido que é um solvente incolor e sem cheiro, utilizado normalmente em cosméticos. Ao ser libertada no meio ambiente, esta substância é decomposta em água, areia e dióxido de carbono. Até ao aparecimento do processo wet cleaning, era a melhor alternativa para substituir o percloroetileno.

Conhece, verdadeiramente, os riscos deste químico tradicionalmente usado nas limpezas a seco? É certo que se sabe que o percloroetileno existe no ar, no solo… Todavia, de acordo com os cientistas, o perigo está no nível de concentração do produto químico. Há um limite de “uso seguro” para o percloroetileno, uma certa percentagem que determina se o produto pode, ou não, causar danos à saúde. E os níveis de utilização do percloroetileno na limpeza a seco tradicional são, efetivamente, elevados. Atualmente, este químico é usado diariamente em grande parte das limpezas a seco feitas nos países europeus. É, de facto, preocupante, se pensarmos que na embalagem do percloroetileno temos as advertências de “Muito Tóxico”, “Corrosivo”, “Nocivo”, “Irritante”, “Perigoso para o ambiente”.

Na Alemanha e em outros países europeus, a legislação determina a quantidade máxima tolerada desse químico no ar nos locais de trabalho. Na França, uma nova lei quer eliminar o uso do percloroetileno. As lavandarias serão proibidas de usar esta substância em áreas residenciais muito povoadas. A legislação entra em vigor somente em 2020. Leis semelhantes já existem na Dinamarca e nos Estados Unidos.

Tendo em conta de que estamos a falar de um químico que pode ser uma ameaça à saúde do homem, causando, nomeadamente, tonturas, dores de cabeça e/ou Irritação dos olhos e das vias respiratórias, há medidas de prevenção ou controlo do risco que devem ser tomadas, enquanto não existe a mão da lei a intervir neste contexto em Portugal. É notório que não há separação entre os equipamentos e os locais onde os trabalhadores permanecem, os quais estão sempre expostos aos vapores. Por exemplo, os equipamentos de limpeza a seco devem, na medida do possível, ser afastados dos trabalhadores, de modo a que estes apenas permaneçam durante curtos períodos junto dos mesmos.

Optar pelo processo wet cleaning é a opção mais segura! Com rápido retorno do seu investimento, é uma solução mais ecológica que não causa danos ao ambiente e ao homem. Trata-se de um processo sustentável, com elevada produtividade. Através do poder da água, mais de 99% dos tecidos podem ser processados, tanto manchas gordurosas como solúveis em água podem ser manuseadas facilmente, num curto espaço de tempo. Tudo isto torna possível que o negócio da lavandaria assista a uma nova onda de tratamento profissional de roupa.


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